Vamos compreender cartesianamente o que realmente o Pai da Psicanálise queria dizer sobre o termo ‘transferts’.
Para quem não sabe, em 1960 tivemos no mundo a ‘Crise da Psicologia’ em razão de a mesma seguir um método ‘subjetivo’ e que ainda vigora em nossa contemporaneidade e em razão dos problemas dos ‘donos do campo’ reclamado a muito por Freud.
A Psicologia ao qual ‘eu’ denomino ‘psicologia mentalista’ antes da I Guerra Mundial e por ordem de Dilthey teve que se desatar da filosofia, por sinal um enorme erro, mas considerando que a nossa ainda atual filosofia também está caminhando aos ‘trancos’, observações levantadas por Gadamer, a quem julgar.
Sendo assim, vamos resolver!
Transferts
Em nossa atualidade o termo ‘transfert’ é denominado, e por causa do problema da Psicologia Mentalista, aquilo que causa uma ‘projeção’ no paciente para o analista enquanto está sendo atendido nas sessões. Esta ideia de ‘movimento’ seria mais ou menos assim: as dores do paciente latentes, ocultas quando finalmente resgatadas no atendimento psicanalítico são projetadas para o analista ao qual percebendo isso é o momento de o mesmo ‘trabalhar’ e pelo esboço da psicanálise a devida catarse ou mesmo guiar os elementos projetados para um fim último, a cura.
Veja o que Freud fala:
‘…Podems dividir a vida de cada instinto numa série de ondas sucessivas isoladas, cada uma delas homogêneas durante o período de tempo que possa vir a durar, qualquer que seja ele, e cuja relação de uma com as outras é comparável a sucessivas erupções de lavas…’
Freud – Obras Completas
Seguindo as leis do movimento e conforme seu Projeto, este neurologista judeu Freud, na passagem acima explica uma métrica de transferência e que está imbutida nas leis universais ao qual todos os infinitos fenômenos participam.
Note que cada ‘instinto’ se apresenta em uma série de ondas que são sucessivas e isoladas ao mesmo tempo, este conteúdo descritivo é claro quanto a sua representação, neste caso é como se fosse uma representação de um evento sonoro ou de ondas criadas em um lago parado quando uma pedra é jogada em seu centro. Além disso estas ondas são independentes, duram o período do tempo delas de forma homogênea, ou seja, não se mistura com o outro instinto representado na mesma área e homogeneamente.
Compreendendo a representação acima e ainda seguindo as observações de Freud quanto aos instintos, perceba que estes instintos homogeneos se intercalam uns com os outros se relacionando através de um tipo de uma erupção de lava e agora criando sucessivas relações que promovem uma transferência de um instinto a outro.
Esta observação acima é importante compreender, pois explica o porquê distúrbios e transtornos como a ‘bipolaridade’ no surto, ou seja, na mania apresentam comportamentos da ‘psicose’, neste caso a bipolaridade como transtorno e/ou disturbio fica no sistema de ‘Transfert do Estado Distúrbio’ ao lado das psicoses.
Isso demonstra e conforme Freud que os instintos que determinam a instalação das ‘doenças mentais’, distúrbios e transtornos delimitam cartesianamente uma onda de vicissitudes, caminhos, destas perturbações, por exemplo, da ansiedade tendemos a histeria, da histeria e por pressão tendemos as neuroses, das neuroses as psicoses e assim sucessivamente e todos estes produtos dependentes da ‘erupção de lava’ que está relacionado com a Mania, um outro tipo de ‘transfert’, movimento que acompanha as leis do movimento universais.
Perceba que todos os distúrbios, transtornos e doenças mentais possuem em seu comportamento a ansiedade, que é raiz desta representação e que vai se transferindo a cada pressão de um distúrbio a outro e entenda que podemos fazer de um histérico um neurótico quando utilizando métodos de Pavlov e Skinner corrompendo os verdadeiros caminhos Behaviors de Thornidike.
Temos, então, nas obras completas de Freud mais de #6 tipos de transferts.