Freud expõe que há uma normalidade no processo do Complexo Edípico e que se apresenta como um sistema mecânico da tópica, ou seja, do sistema psíquico modular de qualquer indivíduo no tempo-espaço.
Da mesma forma que temos um cérebro dividido em direita e esquerda temos no sistema pisíquico e na metapsicanalise que trabalha com formas manifestas do pensar criando corpos totalizados e parciais dois pólos, duas polarizações na corda espaciais e temporais 1, o ‘Ser’ e o ‘Ter’.
O ‘Ter’ estará ligado a ‘ter’nura e aos aspectos de ‘ter’no das primeiras ligações emocionais da metapsicanpalise onde para Freud inicia-se na fase oral constituindo assim uma parte do sistema libidinoso e participando da espacialidade estética do sintético, do fora de mim onde se encontram todos os infinitos ‘objetais’.
O que devemos considerar aqui é que o ‘ter’ e seu sentido ‘ter’no de ligação tem início pelos cinco sentidos do toque, olfato, olhar, paladar, etc.
Tanto a filha como o filho desenvolverão o ‘ter’ que estará no complexo edípico do sistema psíquico co-ligado ao campo objetal de foco onde o ‘objeto’ será concluído apenas na puberdade como ‘alvo’ de juízo, por assim dizer.
Antes de prosseguirmos devemos compreender claramente que se estes processos humanos não ocorressem, a raça não teria continuidade, pois são os primeiros afetos que colaborarão para o segundo aspecto do encontro com o ‘prazer’ do enamoramento de um sistema libidinoso finalmente completo e na fase hormonal da puberdade.
Se não é desenvolvido em primeira instância e na criança a ‘ter’nura quando no sexo da fase pubertária este começar a se manifestar e a se potencializar, a sua energia quantitativa e imediata direta com os mesmos cinco sentidos da ternura, dos aspectos do terno, serão perturbados e assim a tendência em se desligar e se afastar do alvo objetal natural e saudável são enormes começando então o desenvolvimento patológico do complexo de édipo psíquico já predisposto no existenciário.
Então o ‘Ter’ é o campo objetal dotado de ‘ter’nura ao qual o ‘Ser’ enxergará com mais clareza quando o ‘Ser’ estiver identificado no Juízo ou não, apenas sentindo-se fantasmagoricamente quando no crescimento em fases anteriores.
Vamos antes de completar a compreensão da tabela analisar o ‘canibalismo’ e que conforme Freud está predisposto na fase oral.
Em primeira instância devemos compreender o canibalismo da seguinte forma. Imagine que você olha um determinado objeto e ele é tão excelso que passa a ser ‘engolido’ por você de forma a estar psiquicamente dentro de você. Note que ao contrário de devorar o objeto fisicamente, o devorou psiquicamente e este então é o contexto do canibalismo para a mecânica psíquica.
É, como disse e conforme Freud, na fase oral que se desenvolve o canibalismo, mas o canibalismo psíquico embutido na ‘ter’nura. Por exemplo, o menino mama na mãe e na mãe cria-se uma ‘ter’nura de processo canibal relacional, pois a relação eleva-se de tal forma que o menino coloca em si a mãe como realidade e parte dele da ‘sensação’ e ocorrendo o mesmo com a menina onde a natureza incumbirá no modelo do espelho já exposto por Freud e antes de Lacan o concluir o Ser quando próximo aos 5 anos de idade.
Aos 5 anos de idade e conforme Freud inicia-se ou pelo menos se conclui o Ser, quando o menino e menina percebem que fisicamente ocorre uma relação de identificação com o pai ou mãe e por espelho modelando e fortificando a relação objetal de forma mais diretiva, mas ainda não sexual direta, apenas de ter’nura’ apesar de mais intensificada. No caso a menina percebendo-se Ser a mãe por identificação de semelhança e da natureza direcionará com mais intensidade e através da mãe o ‘ter’ para o pai e o menino inversamente, sendo assim e desta forma e no exemplo da menina, a menina precisará canibalizar a mãe para ‘ter’ o pai, mas canibalizar psiquicamente, mas caso ocorra aqui alguma hostilidade, o Complexo Edípico Normal deverá e no espelhamento ser destruido ou invertido já que ‘nunca serei essa mamãe’ agressora, por assim dizer, ou melhor, nunca serei esta mamãe patética que não se defende do papai agressor e assim não quero ter ao meu lado, e também, homem nenhum que represente este horror que estou vivendo.
O ‘Ter’ é então o aspecto ‘ter’no da relação emocional e de elevação com foco objetal e sexual diretivo futuro no sistema libidinoso.
Notemos alguns caminho do espelhamento. Da menina o aspecto ‘ter’no se desenvolverá com a mãe, mas será despotencializado quando aos cinco anos e na fase do crescimento e desenvolvimento ela se perceber ser idêntica fisicamente a mãe passando o ‘ter’ a ser um processo de eliminação e substituição por identificação para ‘ser’ na mãe direcionando o ‘ter’ no pai, desta forma a menina que como o menino do narcisismo primário ao impulso gregoriano de uma forma geral ao ‘ter’ a mãe, substitui na semelhança de par este ter por ‘ser’ em si. Veja que isto de jeito nenhum ocorrerá com o menino que pega na relação um caminho mais curto, ou seja, ele se verá fisicamente idêntico ao ‘pai’ e deverá dirijir ao pai o seu ser de semelhança e mantendo o ter na mãe.
Então a ‘ligação’ se faz com o sujeito ou com o objeto do eu sendo a ligação com o sujeito e conforme Freud uma ligação já existente antes mesmo de qualquer escolha de objeto sexual, pois puramente autopreservativo e da natureza.
Retomemos, a criança se liga pelos aspectos ‘ter’nos antes mesmos da fase oral pelos sons, batimentos cardíacos sem desenvolver o aspecto canibalístico da eliminação para ser por identificação.
Apenas o ter, como primeira instância, e de ligação está se desenvolvendo, potencializando.
Vamos analisar mais detalhadamente.
O Feto está em desenvolvimento na mãe e no processo dos nove meses ouve os sons, batimentos cardíacos da mãe, voz do pai, sente pelo sistema periférico nervoso os aspectos emocionais da mãe etc. O Feto não está se identificando para pelo canibalismo completar por identificação o ser ‘eu’, em resumo e simplificando, devoro o meu ‘pai’ para ser meu ‘pai’ e ‘ter’ minha mãe ou no caso da menina por identificação, devoro minha ‘mãe’ para pela identificação de semelhança ‘ser’ minha mãe e ‘ter’ meu pai. É pelo sistema do ter que se desenvolverá o canibalismo psíquico a partir do momento que o modelo ser se enxerga por identificação onde quando o Ter se torna elevado passa para a posse e se eliminado é canibalizado e trocado pelo Ser, o mesmo mecanismo ocorrerá com o pai, mas neste caso pelo Ser, pela identificação, já que os aspecto de Ter é mais forte na relação com a mãe por alimento na fase oral seja do menino e menina.
Note que a identificação de semelhança ocorre ‘naturalmente’ e pela obviedade corporal idêntica de identificação o resto é borrão, desfoque psíquico.
Então o feto desenvolve de forma geral pela ‘ter’nura que está no campo objetal ao qual futuramente na fase da puberdade e do juízo se juntará, Gestalt, a potência hormonal do enamoramento que é direto e sexual ao passo que se a identificação ‘ser’ for borrada, desfocada ou desviada se desenvolve os problemas psíquicos de distúrbios e distorções variadas do meu eu e corpo físico.
Esse e em suma é o complexo e o sistema libidinoso processual.
Notas:
1Da estética e lógica kantiana.